“NÃO ANDE ATRÁS DE MIM, TALVEZ EU NÃO SAIBA LIDERÁ-LO. POR FAVOR, NEM ANDE EM MINHA FRENTE, TALVEZ EU NÃO SAIBA SEGUI-LO. ANDE AO MEU LADO PARA QUE JUNTOS POSSAMOS CRESCER E GALGAR OS DEGRAUS DA ELEVAÇÃO DA CONSCIÊNCIA.” (PROVÉRBIO SIOUX)

A Maçonaria

Existem varias versões para a criação dessa organização. A mais confiável remete à idade media, quando o controle do comercio era feito por guildas, (corporações que reuniam artesãos do mesmo ramo e funcionavam como um antepassado dos sindicatos). Um dos grupos mais poderosos era o dos pedreiros (em inglês masons). Responsáveis pela engenharia e pela construção de castelos e catedrais, eles tinham acesso ao rei e ao clero e circulavam livremente entre os feudos, se reuniam nos canteiros de obras e trocavam segredos da profissão. Para se identificarem em locais públicos e evitarem o vazamento de suas conversas, criaram uma serie de gestos e códigos. Com o passar do tempo esses pedreiros ficaram na “moda”. Seus encontros passaram a ser em salões que chamavam de lojas que normalmente ficavam sobre bares das grandes cidades. Intelectuais e membros da nobreza deram um toque a mais a essa turma. A partir disso as conversas passaram a serem mais abrangentes sobre religião e filosofia. Era o inicio “oficial” da maçonaria. Em apenas três décadas a organização já tinha se espalhado por toda Europa ocidental e já tinha alcançado a Índia, China e a America do Norte. Passou a ser conhecida, respeitada, mas principalmente temida. Não era pra menos, quem podia confiar em homens ricos, poderosos que se encontravam em portas fechadas e usavam símbolos estranhos... A igreja católica ficou tão incomodada em 1738, que divulgou uma bula papal atacando a ordem que em tempos depois passou a ser perseguida pela inquisição. Setenta anos antes da revolução francesa esses homens já defendiam a liberdade, igualdade e fraternidade. Os maçons nunca tiveram nenhum preconceito sobre religião, acolhiam todos, porem os ateus eram “barrados”. Eles não formaram uma religião, porem são pessoas religiosas. “Nosso lema é fazer os homens bons se tornarem melhores” diz o maçom paulistano Cristiano Rampazzo. A fraternidade vetava os analfabetos, deficientes e homens que não se sustentavam. As mulheres até hoje não são bem vindas. Só entra na ordem quem for convidado e passar por uma avaliação rigorosa: nada de gente indiscreta, protagonistas de escândalos, bêbados, brigões... E ainda assim a maçonaria foi à primeira entidade a funcionar de acordo com os preceitos da democracia moderna. Eles estimulavam debates abertos em que todos podiam participar alem de eleições livres e diretas (nada disso estava na moda no século 18). Coisas que fizeram até os lideres da revolução francesa aderir à maçonaria.
            “A maçonaria não se adaptou ao novo tempo” diz Françoise Souza. “Ela foi poderosa enquanto era um local único de pessoas reunidas. Com a consolidação da sociedade civil, surgiram outros espaços associativos, como partidos, sindicatos e organizações não governamentais. Alem disso causas clássicas da maçonaria como a liberdade de religião, viraram direitos”. Mas ainda existe locais onde a segurança e a liberdade de expressão é fundamental. É o caso de Israel. Em Jerusalém, as lojas reúnem cristãos, judeus e mulçumanos, que conversam abertamente, trocam experiências e sabem que podem confiar uns nos outros, afirma o historiador Jan Snoek. Em lugares assim a maçonaria continua, como era em suas origens, uma organização inovadora.

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